domingo, 23 de janeiro de 2011

Um desejo de Ano Novo

Esse ano, exatamente no dia 21 de janeiro, eu e meu marido demos um passo importante para a realização do nosso sonho. O sonho de sermos pais, de podermos trazer ao mundo um ser, para poder ensinar nossa crença, nosso respeito ao mundo e as pessoas.


De uma maneira geral, essa realização para a grande maioria é tão simples, as vezes, até inesperada. Mas nós fazemos parte do time que precisamos de uma força da ciência. Há alguns anos descobrimos que eu tinha endometriose. Um choque, principalmente por saber que ela já estava num grau severo, e ainda por cima, em lugares diversos no meu organismo e até na região do nervo ciático e adjacências, que além da infertilidade me causou muita dor. Muita dor na alma principalmente.


Hoje, já é mais fácil falar e até quando encontro meninas e mulheres, que se queixam de dores menstruais muito fortes, as encorajo a procurar ajuda e conto sobre minha experiência. Graças ao meu anjo da guarda e as forças do Universo, encontrei pessoas que me ajudaram e ajudam muito até hoje. Uma delas, é o meu médico, esse sem dúvida é um anjo na minha vida. Pessoa na qual tenho me espelhado nesses últimos anos.


E por causa dele, hoje temos a oportunidade de concretizar esse desejo. E no dia 21, fomos para São Paulo, fazer uma consulta na clínica de medicina reprodutiva, que o meu médico também trabalha.


A médica que nos atendeu, é um doce. Contou que morou e estudou aqui em nossa cidade, e sua família continua morando aqui. Nos explicou como funcionará o tratamento e para nossa surpresa o valor não será tão surreal para a nossa realidade. Será custoso, mas apertando o cinto, recorrendo ao cofrinho e afins, conseguiremos dar esse passo.



UP DATE



Quando escrevi esse relato a alguns meses nossos corações ficaram cheios de esperança e entusiasmo. Seguimos o protocolo do tratamento e iniciamos o ciclo com a medicação prescrevida.


No dia 14/03 chegamos em São Paulo, e no dia 15/03 fomos fazer o primeiro ultrasom de controle de ovulação na clínica. Minha médica ficou muito satisfeita com o desenvolvimento dos folículos, nos disse que eu tive uma boa resposta aos hormônios e observou que os óvulos estavam num bom tamanho.


Dia 16/03- novo ultrasom e exames de sangue para ver os níveis hormonais e assim poder marcar a data de coleta dos óvulos, e para nossa alegria já tinhamos 5 bonitões esperando para serem colhidos. Sem contar que ainda precisei tomar mais uma dose da medicação que ajuda a contralar a maturação do óvulo.


Nesse mesmo dia, a médica nos passou as instruções sobre o horário que seria a aplicação da última injeção (meu marido ficou craque em aplicar injeções, tava se achando, rsrsrs). Ela nos explicou como seria a coleta, a necessidade em se fazer jejum porque teria uma sedação leve, pois o procedimento é desconfortável e tals.


No dia 17/03, durante o dia ficamos de bobeira, de verdade estavámos bem cansados, da viagem e do stress que a situação gera, mesmo que seja algo muito desejado e por isso não fizemos nada de útil, nem saímos para passear em São Paulo.


Mas a noite, precisamente às 20h, o Cícero aplicou a última injeção, uma medicação que ocasiona a liberação dos folículos. E fomos dormir ansiosos.


Dia 18/03, acordamos às 5h, nos arrumamos e as 6h entramos no táxi rumamos para a clínica pois o procedimento estava marcado para às 6h30m. Aí que fome que eu estava(rsrsrs),mas era para uma boa causa. Fomos encaminhados para um apartamento a enfermeira fez algumas perguntas para realizar a sedação e transcorria tudo normal. Fui para o procedimento e foram coletados realmente os 5 bonitões. Depois foi a vez do meu marido coletar seu material e pronto.


Agora o inesperado da nossa aventura: quando voltei da sedação senti uma forte dor no peito, junto com um mal estar, fiquei assustada, pois em 08/2010 tive essa mesma dor e me internaram por cinco dias, porque minhas enzimas hepáticas estavam muito altas( por causa da dor que tenho na perna, precisei tomar muitos remédios neuropáticos e isso causou a intoxicação).


Relembramos a médica sobre este episódio e então ela pediu exames de sangue para verificar se poderiar ser essas enzimas novamente. E para nossa surpresa era isso mesmo as enzimas, mas precisamente o TGO e TGP estavam muito altos. Diagnóstico: hepatite medicamentosa.


O que fazer nesse caso? Para tudo, pois em uma gravidez o fígado precisa estar bem, pois é muito exigido nessa fase. E o meu não estava bem e a na fase de transferência eu usaria muitos hormônios para preparar o útero e isso pioraria minha saúde.


Agora era a hora de cuidar da minha saúde. Para nossa alegria os 5 bonitões foram fecundados no mesmo dia. A embriologista nos ligava e informava o desenvolvimento das nossas sementinhas.


O que fizemos? A médica pediu que procurássemos um gastro para investigar o que estava acontecendo realmente, e no sábado dia 19/03 retornamos para casa, mais ansiosos ainda.


Na semana seguinte consultei com o gastro e ele também estranhou a repetição do episódio, pediu novos exame de sangue e outro ultrasom.


A embriologista nos ligou no dia 21/03 e contou que um embrião não se desenvolveu e os 4 que foram congelados já tinham 8 células.


Fiz o ultrasom sexta-feira, dia 25/03 (demora achar uma vaga, quando a gente quer alguém especificamente). Durante o exame o ultrasonografia o médico diagnosticou uma "ascite", já pesquisei no google e li as possíveis situações. Agora é esperar o retorno com o gastro e ver o protocolo a ser adotado.


Bom, apesar do post ter ficado mega longo, consegui colocar o que temos vivido nestes últimos dias. Cada palavra escrita foi como um alívio para a minha alma, que muitas vezes tira força de lugares que eu nem imaginar exitir dentro de mim, para continuar caminhando para frente.

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